
ENTREVISTA COM AS AUTORAS
1- Para começar, contem um pouquinho da essência de vocês, quem são as autoras deste livro?
ISABEL: Acho que eu, Isabel, sou uma pessoa de tudo ou nada. Ou eu estou 200% comprometida e investida em algo, ou me atenho a algo puramente por obrigação (e, se puder desistir, eu o farei). Mas, ao mesmo tempo, busco sempre melhorar, seja aprendendo e estudando, ou me envolvendo em causas maiores do que eu. Acho que isso, bem como a minha ansiedade em relação à vida no geral e algumas obsessões, acabaram sendo transmutados para o papel com essa história, apesar das minhas árduas tentativas de colocar menos de mim por ali.
JESSICA: Estou tentando encontrar palavras para dizer qual é a minha verdadeira essência, sendo que, ainda estou em um processo de autoconhecimento. Olhando para a menina que tinha o sonho de entrar na universidade e a garota que sonhava em ser adulta para poder ter o livre arbítrio das próprias escolhas, eu sou apenas uma mulher que anda em busca de entender mais sobre mim. Busco alçar ser melhor a cada dia e isso me possibilita ser sempre uma versão melhor de mim.
KARINA: Gosto de literatura insólita, quadrinhos, praticar esportes e assistir séries.
MARIA: O conto “Uma verdade” escrito por mim, Maria Victória, conta um pouquinho da influência das fake-news e seus impactos profundos na vida das pessoas, causando grandes ações irreversíveis, quis atender um pouco também sobre a liberdade da internet e seus lados positivos e negativos. Gosto muito de escrever sobre os impactos ao redor político e quis passar um pouco disso na história. Acredito que, repassar conhecimento de forma leve e importante seja uma das principais chaves para reconhecer diferentes realidades e opiniões.
SOFIA: Eu sou uma pessoa muito fechada em relação aos meus sentimentos, embora eles acabem transparecendo totalmente nas minhas expressões, por causa dessa dificuldade de mostrar as minhas emoções eu coloco tudo nos meus textos.
2- Quando vocês perceberam o gosto pela literatura e pela escrita?
ISABEL: Eu nunca fui uma criança extremamente apaixonada pela leitura: acho que um exemplo relevante é que eu só fui ler Harry Potter no segundo ano do Ensino Médio por influência dos meus amigos. Mas, quase meia década antes disso, foi quando eu me apaixonei pela literatura e alguns de seus adjacentes. O primeiro livro que eu lembro de virar a noite lendo foi Fallen da Lauren Kate, que eu li por acaso depois de presentear uma amiga, e acabou me introduzindo ao mundo da literatura YA.
A escrita é uma história estranha. Eu ouvi por anos que eu deveria persuadi-la porque tinha facilidade e me dava bem na época do colégio, mas sempre acabei negando. No fim, eu trabalho escrevendo há mais de um ano… mas não ficção, e sim marketing de conteúdo e conteúdo publicitário. Por isso, digamos que participar desse projeto foi um desafio e tanto para a minha zona de conforto.
JESSICA: Quando mais nova, gostava muito de ler histórias em quadrinhos, como Turma da Mônica, mas com o tempo, meu gosto foi se alternando entre HQ, romance, suspense e fantasia. Aos poucos, comecei a me interessar por escrever, desde pequenos textos até poesia. Já tinha experimentado escrever um livro, mas nunca tinha concluído, minha escrita, sempre fora algo superficial e mesmo acreditando que a minha escrita não seja tão boa, continuo escrevendo como uma forma de escape. Percebo que quando escrevo eu me sinto leve e livre.
KARINA: Na infância, gostava de ler Turma da Mônica.
MARIA: Sempre tive diários, um hábito criado por mim mesma, gostava de escrever sobre todos os meus pensamentos em relação ao mundo, eu tinha essa mania de sentir que as palavras estavam vindo em minha mente e simplesmente escrever, me sentia profundamente e intensamente. Durante o ensino médio realizei alguns contos e fui elogiada por minha professora de português, neste momento me senti capacitada e entendi que poderia fazer disso uma coisa maior, e continuo tentando e aprendendo um pouco mais todos os dias.
SOFIA: Eu tinha uns onze anos, minha professora de português me deu um livro e a partir dali me apaixonei pelo mundo dos livros.
3- Qual foi a motivação de vocês para escrever um livro com essa temática?
ISABEL: Enquanto pesquisamos o tópico de bruxas e sua relevância principalmente no século 21, eu fiquei presa na ideia de querer descrever uma bruxa "comum" vivendo o seu dia-a-dia, sabe? Sem grandes ligações com o passado ou qualquer coisa assim. Ser bruxa é uma grande parte da essência da Laura, mas ela também tem outras ocupações e hobbies. Às vezes eles estão interligados entre si, mas às vezes não. E é assim que muita gente lida com a vida no geral, né?
JESSICA: A bruxa sempre foi representada negativamente dentro da história e durante o passar dos anos e séculos, elas foram caladas e esquecidas.
Pensando em desmistificar essa visão, desenvolvemos o projeto com intuito de compartilhar a importância que a bruxaria pode representar em nossas vidas, pois ser bruxa é a manifestação de autoconhecimento feminino e empoderamento, que nos permite nos conectar com o extenso universo que habita dentro de nós. Entender a bruxaria é conhecer mais sobre nós mesmos e a nossa verdadeira essência.
KARINA: Empoderamento feminino.
MARIA: Acredito que o tema foi algo bastante importante para todas nós, durante as pesquisas e busca de dados, começamos a entender a intensidade do tema e os seus atos enraizados que podem ser analisados perceptivelmente aos dias atuais, a dimensão do tema foi infinita mostrando diferente realidades que antes não haviam sido reconhecida por nós. Entender um pouco do empoderamento feminino e o motivo e interesse das caça às bruxas foi surreal, começamos analisar situações e a vida das mulheres naquele tempo em que seu espaço nunca foi reconhecido e concedido, com muita luta e morte pudemos ter nosso espaço hoje que ainda sim, continua sendo diminuído e ofendido diariamente. Estamos vivendo o século XXI e a luta continua árdua, sangrenta e triste, não é fácil, mas acreditar e ter esperança está em nossos corações.
SOFIA: É um tema muito pessoal para mim, porque já tenho algum contato com a bruxaria e muito interesse também por essa temática, então eu queria expressar para outras pessoas esse empoderamento que senti ao entrar em contato.
4- Como foi o processo de criação da sua narrativa?
ISABEL: Eu adoro listas e ver projetos como um todo, então foi isso que eu fiz. Quando eu tive a ideia geral do que queria abordar, comecei a listar o que eu queria que acontecesse no meio do caminho, quais seriam os personagens, suas correlações e assim por diante. No fim, a história ficou o dobro do tamanho do que eu tinha planejado, mas sem esse esqueleto inicial eu provavelmente não teria escrito mais de 500 caracteres até agora.
JESSICA: De início foi tranquilo, mas no decorrer da trama, foi ficando complicado e um tanto estressante. Por alguns momentos eu pensei em desistir, achava que a minha escrita não estava tão boa ou que estava ficando muito extenso e cansativo. Escrever um livro demanda tempo, paciência e criatividade e, tinha momentos que eu não tinha nenhum dos três. Porém, eu precisava dar um final para as minhas personagens, então, me dediquei ao máximo para finalizar esse conto e me alegro por ter finalizado, pois hoje percebo o quão importante o conto se tornou para mim.
KARINA: Foi um processo difícil e muito trabalhoso, escrever um conto demanda muito tempo e dedicação.
MARIA: Foi bem interessante, me senti bastante desafiada em todo o momento em desenvolver a história de maneira a que pudesse impactar e fazer as pessoas sorrirem. Digo, busquei alcançar uma forma em que pessoas possam se conectar com o conto de maneira intensa em suas variáveis relações. Gostaria de acrescentar o incrível suporte que tivemos em grupo que me ajudou bastante na construção da narrativa.
SOFIA: É engraçado porque eu tive um sonho muito louco e sem sentido, a ideia para o meu conto surgiu disso e o desenvolvimento foi bem trabalhoso, mas muito divertido, uma mistura de sentimentos.
5- E a criação das personagens, como foi? Vocês se apegam a alguma?
ISABEL: Como mencionei, primeiro foi uma pegada bem objetiva. Descrever características objetivas de cada um, como eles se relacionavam, onde se conheceram e como se tornaram quem eram no momento em que o leitor irá conhecê-los. Mas, é claro, conforme as páginas foram passando, eu também acabei descobrindo coisas novas sobre cada um deles… A Julia, melhor amiga da personagem principal, acabou virando uma personagem que eu me apeguei subitamente e me peguei amando toda vez que ia escrever um diálogo em que ela estava presente.
JESSICA: Confesso que de início fora um tanto complicado, mas com o decorrer da escrita, fui conseguindo desenvolver cada singularidade, tanto da Samantha, quanto da Alexa (Alex). As duas personagens tem as suas próprias convicções, elas são únicas, mas que se completam. Eu amo as duas da mesma maneira, elas me ensinam sobre a importância do amor, conhecimento, fé e esperança. A evolução que ambas tiveram, me motiva a buscar mais a cada dia. Elas sempre estarão em meu coração.
KARINA: Foi inspirado na mulher brasileira e não tive apego nenhum aos personagens.
MARIA: Meu conto apresenta 3 mulheres incrivelmente fortes, me senti completamente apegada a elas por me inspirar bastante em minha mãe e avó enquanto escrevia, que são mulheres que vieram do nordeste do Brasil e batalharam muito nessa vida em busca de oportunidades em São Paulo. Espero que elas gostem bastante e vocês também! (risos)
SOFIA: As personagens são ao mesmo tempo um pouquinho da minha essência e completamente diferentes. Eu me apeguei a todas, mas principalmente a Ágata, a principal, e foi muito difícil escrever algumas cenas.
6- E para finalizar, qual foi a sensação de finalizar esse projeto?
ISABEL: Eu fiquei muito contente de conseguir trazer a história para um ponto final. Como ela acabou se multiplicando frente aos meus próprios olhos (obrigada, cérebro, pela megalomania!), toda vez que eu conseguia ligar os pontinhos minimamente já ficava feliz de fazer jus ao que eu queria relatar para todo mundo. Por isso, escrever aquele "Fim" depois de tantos milhares de caracteres foi um momento de orgulho, não só pra mim, mas para a Laura, Diana, Julia e André também. Acho que todos nós aprendemos muito nesse meio tempo.
JESSICA: Finalizar esse projeto foi desafiador e instigante. Nós da editora, tivemos muitos obstáculos para desenvolver um projeto que tivesse a nossa cara, contendo em sua essência, o que mais acreditamos. Poder ver o nosso livro nascendo me traz alegria e muita emoção, pois o caminho até aqui foi longo. Sinto que o nosso dever foi cumprido. Espero que através do livro os nosso leitores possam acreditar na força e energia que há dentro de cada um de nós.
KARINA: A sensação foi maravilhosa, não via a hora de acabar.
MARIA: Gente, é muito doido fazer tudo isso, sabiam? mas é incrivelmente lindo e inspirador, ainda mais por fazer parte de um passo que eu e as meninas estamos dando em nossa vida, estou muito orgulhosa de nossa jornada e foi bem difícil, mas acredito grandemente que tenhamos dado o nosso melhor e que outras pessoas que possam usar nosso trabalho de estudo, vejam um conteúdo com informações sólidas e importantes.
SOFIA: Foi uma mistura de tristeza, alívio e realização. Ao mesmo tempo em que eu não queria me separar da história e das personagens, eu fiquei muito feliz de finalizar esse projeto.